A cadeia produtiva do tabaco é de grande importância para o Brasil.
A cadeia produtiva do tabaco é de grande importância para o Brasil, envolvendo 488 municípios, 128 mil produtores e 512 mil pessoas. Essa atividade gera uma receita de 9,5 bilhões de reais e desempenha um papel fundamental na economia, na geração de renda e na melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas, representando uma parte significativa de sua subsistência e renda, principalmente para os pequenos agricultores familiares.
Segundo dados da Afubra, o tabaco é responsável por 52% do rendimento bruto dos produtores, mesmo ocupando apenas 23% da propriedade em média. Isso demonstra que o modelo de trabalho em pequena escala familiar é altamente rentável e produtivo, permitindo que os agricultores familiares compitam no mercado global de tabaco, que movimenta cerca de 2,5 trilhões de reais por ano em mais de 200 países.
O Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador mundial de tabaco desde 1993, o que tem um impacto direto nos orçamentos, especialmente nas áreas de saúde e educação. Como prefeito de Canguçu, cito o município como exemplo. Sendo o maior produtor de tabaco, viu seu orçamento aumentar significativamente ao longo dos anos. Em um comparativo, o orçamento de 1997 era de apenas 6 milhões de reais, e agora ultrapassa 220 milhões de reais em arrecadação de ICMS. Essa receita fortalece o comércio local e estimula investimentos em setores como construção civil, gerando benefícios além do meio rural.
A recompensa da cultura do tabaco é um incentivo para que os jovens permaneçam no campo, mas antes disso, é importante capacitá-los. Programas como o Programa de Aprendizagem Rural, implementado pelo Instituto Crescer Legal em parceria com as Prefeituras, oferecem conhecimento e preparação para o empreendedorismo aos jovens. Além disso, a exigência das empresas fumageiras para que os produtores apresentem o atestado de matrícula e frequência escolar de seus filhos, contribui diretamente para a redução da evasão escolar. O resultado pode ser observado no Censo Escolar, que demonstrou que o abandono dos alunos é menor nos municípios com grande atividade de produção de tabaco, como a região Sul.
Outro ponto importante a ser considerado é o impacto ambiental. Contrariando um mito comum, a Associação dos Fumicultores do Brasil relata que a cobertura florestal média das propriedades chega a quase um quarto da área, com 14% de mata nativa e 8,4% de plantio florestal para suprir as necessidades de lenha e madeira. Além disso, as prefeituras incentivam a diversificação da produção, práticas de cuidado com o solo e de preservação das nascentes, demonstrando que há um planejamento para o futuro e para o bem-estar ambiental.
Diante desta realidade, é fundamental que os prefeitos assumam um papel de destaque na defesa da cadeia produtiva do tabaco, reforçando sua importância econômica e social para as comunidades. Os temas atingem diretamente o setor e, por isso, se faz necessário reunir forças na defesa do oitavo produto das exportações do agronegócio brasileiro.
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